Facção
Central é um grupo de rap brasileiro, formado na cidade de São Paulo no ano de
1989. Ele é formada pelos cantores Eduardo, Dum-Dum, Moyses e DJ Binho. Facção
Central alcançou enorme repercussão devido ao forte conteúdo de suas letras e
até a prisão de seus integrantes após a veiculação do clipe "Isso aqui é
uma Guerra".
Formação
O grupo foi
formado em 1989, na região central de São Paulo (Glicério,Cambuci e Ipiranga),
sendo inicialmente integrado por Negão (hoje conhecido como rapper Mag),
Eduardo e Jurandir. Nego e Jurandir deixaram o grupo, sendo substituídos por
Dum Dum e Garga, que se juntaram a Eduardo e iniciaram as atividades do grupo.
De 1997 para 1998 Garga saiu do grupo e Erick 12 chegou para somar, mas em
seguida deixou o Facção Central (FC) e hoje apenas produz para o grupo.
Nascidos e
criados em cortiços, os componentes Eduardo (compositor/intérprete) e Dum Dum
(intérprete) conviveram desde a infância com violência social, tráfico de
drogas, vícios, violência policial, delegacias e presídios. Um passado violento
transformado em fonte de inspiração e traduzido em composições contundentes que
relatam a realidade cotidiana das camadas mais baixas da sociedade, além de
criticar duramente aqueles que, na visão do compositor Eduardo, seriam os causadores
dos problemas discutidos nas letras das canções.
Postura
Ameaças
policiais por telefone, censuras de algumas rádios, prisões pelo conteúdo de
algumas letras e até mesmo a proibição de veiculação na televisão brasileira do
videoclipe "Isso aqui é uma Guerra", considerado pelas autoridades
como apologia ao crime são algumas das consequências decorrentes da postura do
grupo.
Outros
exemplos da postura do grupo são o lírico das músicas e o título das mesmas,
como "A Marcha Fúnebre Prossegue", "Minha Voz Está No Ar" (
Com a frase de refrão 'a boca só se cala quando o tiro acerta'), "
"Apologia ao Crime", "Pacto com o Diabo", "Eu Não Pedi
Pra Nascer", A Guerra Não Vai Acabar",entre outras.
O grupo tem
um estilo musical próprio: agressivo, violento, racional-intelectual,
demostração de grande consciência dosproblemas sociais. As letras do grupo
seguem um violento estilo, entretanto racional, o grupo utiliza a linguagem da
períferia (gírias) e a linguagem formal, também é comum o grupo utilizar partes
de músicas clássicas para iniciarem sua músicas. Dialogam diretamente com
vários interlocutores, passando uma mensagem de que o crime não compensa (como
no clipe de "Isto Aqui é Uma Guerra"). A reglião se faz presente como
mediadora, uma metáfora para a violência da Terra, como em "Deus Anda de
Blindado" (uma alusão à música de 1996 do grupo Pavilhão 9, "Se Deus
Vier, que Venha Armado")
Censura
Em 1999, o
grupo lançou o disco Versos Sangrentos, com batidas fortes e letras de
protesto, relacionadas aos temas violência,corrupção, fome, violência policial
e a ineficácia do governo. Ele foi alvo de censura, tendo o disco ido à loja
com 15 músicas gravadas e um videoclipe da música "Isso aqui é uma
Guerra", que foi acusada e censurada por apologia ao crime.
O clipe foi
ao ar durante seis meses, e chegou a passar na MTV, mas logo foi retirado pelo
mesmo motivo. Os integrantes afirmaram que não tinha nenhuma apologia no clipe,
pois no final um dos bandidos que assaltaram o banco foi morto; com a mensagem
de que o crime não compensa.
Após a
censura
Após a
censura do viodeoclipe do grupo no disco Versos Sangrentos, o Facção lançou o
álbum A Marcha Fúnebre Prossegue, que inicia-se com uma introdução a notícia da
censura, dada em vários tele jornais com os dizeres "Rap que faz apologia
ao crime Facção Central", divulgado no Jornal Nacional por Fátima
Bernades. Essa introdução é composta por vários "recortes" de
noticiários da televisão brasileira.
Após a faixa
"Introdução", vem em seguida a faixa "Dia Comum" que conta
a história do cotidiano das periferias brasileiras e, em seguida a faixa
"A Guerra Não Vai Acabar", uma espécie de "carta-resposta"
a censura do videoclipe, que inicia-se com uma pesada letra e críticas a
promotoria, dizendo "Aí, promotor, pesadelo voltou, censurou meu clip, mas
a guerra ainda não acabou; ainda tem defunto a cada 13 minutos dez cidades
entre as quinze mais violentas do mundo". Outras críticas seguem no
decorrer do álbum.
Mais dois
discos foram lançados depois de A Marcha Fúnebre Prossegue: Direto do Campo de
Extermínio e O Espetáculo do Circo dos Horrores). O intérprete e compositor
Eduardo divulgou em 2008 estar no projeto de um livro. A previsão inicial de
lançamento era para o fim de 2010, entretanto devido á complexidade do projeto,
o mesmo ainda não foi lançado.

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